Irmãos de sangue

 Irmãos de sangue

Passada a “euforia” pela morte de Osama, temos que voltar ao xadrez mundial. São muitas as peças, como Grécia, Portugal, Síria e Líbia. Os primeiros passam por grave crise econômica que já contaminou a política, vide os protestos no Velho Mundo. Os irmãos do Islã entraram na rota da onda de revoltas populares que sacudiu o mundo árabe no começo do ano.

Pelo grau de instabilidade, prefiro comentar sobre os muçulmanos. A ONU divulgou um dado alarmante sobre os confrontos na Síria: desde abril, podem ter morrido mais de 850 pessoas, sem contar os desaparecidos e feridos.

O presidente Bashar Assad, no poder desde 2000, utiliza todo o seu aparato de violência para reprimir os protestos, mesma tática usada por Muammar Gaddafi, em guerra civil na Líbia desde meados de fevereiro. Alguma coisa foi resolvida? Não.

No caso sírio, era esperada uma reação violenta por parte do governo, que historicamente sempre reagiu dessa maneira quando se encontrou em perigo. Na Líbia, em mais de 40 anos de tirania, não sabíamos do que Gaddafi era capaz de fazer contra seu próprio povo. Em poucos dias, infelizmente, descobrimos o grau de crueldade do “cachorro louco”.

O Ocidente reagiu de forma distinta com relação aos dois países: Barack Obama autorizou do Brasil o início da operação militar na Líbia. Na Síria, apenas palavras e ameaças de mais retaliações contraproducentes. Depois do banho de sangue em cidades sírias como Deraa e Homs, a comunidade internacional admitiu que pode mudar a “estratégia”. Uma incursão militar, nesse momento, é algo impensável.

A Líbia também está longe de ser um caso resolvido. A guerra civil entrou no perigoso estágio do marasmo. Não chama mais a atenção da imprensa, que se acha no direito de simplesmente não noticiar mais nada de relevante sobre o tema. Perdem o leitor e os milhares de ativistas pró-democracia que têm nos veículos estrangeiros uma das únicas formas de mostrar os dentes ferozes do cruel regime em que vivem.

A ideia de França e Inglaterra para a incursão nas terras de Gaddafi foi desastrosa. Não teve nenhum ganho real para os civis. O que adianta destruir os equipamentos de segurança de Muammar se a população ainda sofre muito? O governo continua firme e mostra sinais de que pode tomar cidades no oeste rebelde. A capital Trípoli continua fiel ao “cachorro louco”.

Com isso, Síria e Líbia vão continuar por um bom tempo na agenda de nossos governantes mundiais.

2 comentários sobre “Irmãos de sangue

  1. A máscara dos governantes Sírios e Líbios são mesma, dominam seus povos no cabresto e na chibata, nem as grandes potências estão conseguindo expulsá-los do poder; é uma coisa enraízada que dificilmente será extirpada. Cuidado com a Guerra Santa…
    Coitados e Pobres Povos,que ainda sofrerão por muito tempo. A varinha verga, mas não quebra prá nenhum dos lados…Que problema !!!!!!!!!!!!

  2. Refletindo melhor sobre a situação, dos dois paises, vemos ai o dedo do Tio Sam. Na Libia fizeram algumas concessões no passado e agora estão pagando por elas. Já na Siria a associação foi a meu ver criminosa. Uma camorra, uma Mafia.Colocaram e mantiveram o pai durante 30 anos e agora o filho mais uns 10 anos descendo a borracha e matando em nome da justiça. Que justiça. Os numeros apresentados são falsos e traiçoeiros. Nunca a verdade vai chegar aos nossos olhos e ouvidos.
    Voltando a Libia, um negocio que já esta custando ao Obama algo em torno de US$ 750 milhões em pouco tempo e só apoio logistico. Imaginem o custo dessa brincadeira.
    Ainda hoje/ontem o negocio da morte do Bin estava naquele marasmo, hoje estouraram um centro de treinamento de oficiais no Paquistão, em torno de 80 mortos e 100 feridas. Olhem a brincadeira só começou…Abs. e um otimo fim de semana.

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