A Itália está afundada em crise, corrupção e escândalos
Peço desculpas ao leitor pela falta de textos no blog. Realmente preciso adequar melhor meus horários para produzir análises. Mas, vamos ao que interessa.
Na última semana, tivemos a reunião do G20, as 20 maiores economias do mundo. Para mim, o melhor fórum para discutir os problemas do planeta. O G7 estava muito ultrapassado e hoje nada mais é do que um fantasma de décadas de ouro do capitalismo.
Como era de se esperar, nada muito criativo ou importante foi decidido no encontro de Cannes.
A Grécia afunda um pouco por dia. George Papandreou saiu do barco sem nenhuma grande ação para tirar o país do buraco. Começou aceitando tudo o que o FMI e União Europeia (UE) queriam, como corte de gastos públicos e aumento de impostos. Mais tarde, viu que era um suicídio político e aventou a hipótese de um referendo em que a população votaria pela aprovação ou não do pacote econômico. Foi o seu fim político.
Até o fechamento deste artigo, nenhum deus grego havia aceitado o cargo de primeiro-ministro.
Mas, como sempre destaco neste blog, o problema europeu ganhou contornos realmente dramáticos porque a Itália entrou na mira dos tubarões do mercado financeiro.
Silvio Berlusconi há tempos não goza de apoio dentro de sua base aliada. A oposição, também há tempos, pede sua renúncia, que nunca vem. O problema é a falta de um nome para substituir o premiê bufão. Isso só piora o clima político do país.
Os juros dos títulos da Itália atingiram ontem (7) seu maior valor desde 1997, num claro sinal da desconfiança do mercado.
Berlusconi tentou acalmar o mundo dizendo que seu governo não iria ruir, depois de boatos de várias saídas de ministros.
A grande chave da questão é quem vai levantar a Itália se ela tombar? Os números são mais do que aterrorizantes: a relação dívida/PIB está em 121% do PIB. Os investidores ficam muito atentos a essa relação, pois sinaliza a capacidade de um país de pagar suas contas. E para piorar muito, a Itália é responsável por “apenas” 17% da economia do euro. Já a caótica Grécia tem uma relação dívida/PIB de 152%, mas sua economia é anã — 2,5% da zona do euro.
Como vemos, o problema é grande, mais ou menos do tamanho das orgias do bufão Berlusconi.
A crise está nas portas do Grande Coliseo, a terceira economia da Europa está abalada e poderá gerar uma avalanche catastrófica e contaminar todo o continente. Com uma dívida de 2 trilhões de euros, e sem perspectivas de recuperação nem a médio prazo, a Itália se encaminha para um buraco sem fundo e sem luz …
Pobre população, que irá pagar um preço muito alto e longos anos para a sua recuperação…
A corrupção é um câncer que atinge todos os governos e países. Outras economias européias que se cuidem, pois o vírus está a solta, e já assustam os seus vizinhos.