Dois anos sem Gaddafi. E a Líbia?

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O que sobrou da Líbia pós-Gaddafi? (Foto: The Guardian)

 

Dois anos sem o “cachorro louco” do Oriente Médio. Em outubro de 2011, Muammar Gaddafi foi capturado no meio de uma rua de Sirte e a foto de seu corpo ensanguentado ficou bizarramente famosa. Era o fim de uma ditadura de mais de 40 anos.

A Líbia foi um dos frutos da chamada Primavera Árabe, mas ainda não podemos fazer uma análise mais profunda sobre o que acontece por lá. É simples: não há um Estado estável.

Recentemente, o primeiro-ministro Ali Zaidan foi sequestrado por uma milícia formada por ex-rebeldes. O grupo não aceitou a prisão de um membro da Al-Qaeda, Anas al Liby, e acusou o governo líbio de ajudar os EUA na operação. A Presidência negou a participação.

Horas depois, Zaidan foi solto pela mesma milícia. Episódio nebuloso, sem dúvida. Zaidan declarou que sua prisão foi uma tentativa de golpe de Estado. Obviamente que isso é possível, ainda mais na frágil situação em que a Líbia se encontra.

O país corre o risco de se desintegrar. Nesta semana, federalistas de Cirenaica, região em que se concentra a produção de petróleo no país, abriu seu próprio Parlamento em Benghazi, a “capital” dos rebeldes durante a guerra contra Gaddafi. Vale lembrar que recentemente campos de petróleo foram fechados por grevistas ligados a grupos separatistas.

Ah, e claro, a Líbia foi palco do trágico episódio da morte do embaixador americano Chris Stevens, em 2012. Ele foi o primeiro diplomata dos EUA morto em missão desde 1979, quando um tiroteio matou Adolph Dubs, chefe da delegação da Casa Branca no Afeganistão.

Economia

Na economia, a produção de petróleo era de 1.6 milhão de barris por dia em 2010. No ano seguinte, o da queda de Gaddafi, esse número chegou a ZERO. Já em 2012 o setor quase igualou a produção pré-crise e atingiu 1.4 milhão. Os dados são do Banco Mundial. O órgão também indicou o comportamento do PIB: em 2011, – 60%, e em 2012, + 44%. A previsão para 2013 é de um avanço de 20%.

Vendo pelos números, o país, aparentemente, está se recuperando da guerra civil, que durou oito meses e deixou mais de 25 mil mortos (dados da agência France Presse).

Todavia, fica claro que a Líbia não tem um comando central. Milícias rebeldes (muitas delas ligadas a grupos terroristas) fazem o que querem em vastos territórios do país (inclusive em locais de produção de petróleo) A Constituição ainda não foi redigida e grupos islâmicos radicais pregam o boicote à nova Carta Magna.

A comunidade internacional precisa evitar que a Líbia se torne uma Somália.

 

 

 

Um comentário sobre “Dois anos sem Gaddafi. E a Líbia?

  1. Em resumo, pouco mudou após a morte de Gadaffi , desordem continua, as milícias dominam algumas regiões do território líbio, os campos de petróleo são dominados pelos terroristas líbios……. A situação é cada vez mais nebulosa….Dias piores virão ?????………….Será ???? Só o tempo irá dizer !!!!!!!!!!!!!

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